Contos -Parte II

Bem,o segundo texto produzido pelos alunos, e que foi premiado como um dos dois melhores contos produzidos pelos alunos chama-se ''A farsa de um comerciante'' e me chamou atenção pela riqueza de detalhes, e pela competência de um garoto tão jovem, mas com uma bagagem literária tão rica. Então,sem mais demoras, o conto:

A farsa de um comerciante
De moral duvidosa, malandro, esperto, ‘’tipo atleta’’ e muito atraente, Danddy Farçanha durante o período entre 1995 e 2004, há mais ou menos nove anos, ele carrega em si a imagem de um farsante. Disfarça de comerciante para ganhar dinheiro e envolve-se em divertidas confusões, no entanto, por ter charme e uma beleza que leva as mulheres ao delírio, acaba sendo o objeto de desejo de duas moças que vivem em pé de guerra, na disputa para conquistar o coração do farsante. Forma-se, então, um triângulo amoroso, e, ambas abusam da conflituosa relação e cada encontro é sob provocações que sempre saem aos tapas, mas as jovens só querem atingir o objetivo de conquistá-lo a todo custo.
Betina, uma das admiradoras secretas  de Danddy, tem pele clara, nem muito alta nem muito baixa, com olhos claros, lábios grossos, cabelos curtos e escorridos, sempre bem vestida e ligada na moda. Dissimulada, acaba colocando seu caráter á prova ao descobrir a farsa do amado,entretanto resolve não desmascará-lo, mas impõe condições  e chantagens.
- Se eu denunciá-lo e entregá-lo á policia, com certeza, Danndy, muitos anos  na cadeia você vai passar, até porque forjar a identidade e vender produtos sem legalização é crime, ou você não sabia disto?fala Betina
-Essa história não pode vazar.  Você acabou descobrindo, não faço ideia como, mas você precisa manter segredo, só entre nós.
-E o que eu vou ganhar com isso? Pergunta Betina
-Prometo que mantendo esse segredo a setes chaves você não tem a perder.
-Acho bom.
Pouco tempo depois, Betina decide não disputar mais Danddy com Lucy, outra grande admiradora do comerciante. Ela tem pele morena, olhos verdes, cabelos lisos, um pouco ondulado, com alma livre e cheia de determinação. Betina avisa que não pretende deixar Lucy preparar território para conquistar Danddy.
-Chega!Chega!grita Betina–Chega de dividir espaço, o Danddy é o homem da minha vida. Ele é somente meu e de mais ninguém. Tire seu cavalinho da chuva, Lucy, o coração desse comerciante já me pertence.
Logo anuncia seu casamento com o comerciante, que quase desmaia ao ouvi-la e Lucy fica em estado de perplexidade.
-Acho bom se conformar, Lucy. Eu e o Danddy temos planos para o futuro, vamos nos casar!
-O quê?Isso não pode ser verdade!
Duas semanas se passam, Lucy procura por Danddy para declarar amor eterno e o vê carregando um grande baú e pensa:
-           Nossa!o que será que tem dentro desse baú?
Dias depois, ela ainda muito confusa e curiosa para descobrir o que tem dentro do baú misterioso, resolve arquitetar um plano para desvendar este mistério.
- Já sei! Vou abrir aquele baú de qualquer jeito, ou não me chamo Lucy Chianca da Cunha.
Meses depois, Betina organiza os preparatórios para a cerimônia, enquanto Lucy, em busca de uma solução para impedir o casamento da rival, decide então procurar pelas irmãs: a evangélica Noêmia e a dançarina de funk Vick. Noêmia, fiel ao dizimo e com compromisso com Deus, não dá atenção para Lucy, pois tenta fazer um penteado no cabelo para ir á igreja á noite e está com dificuldades para tirar o rolo de massa que enrolou no cabelo. Já Vick, coloca gigantes fones de ouvido para não ouvir o que a meia irmã tem a falar e começa a inventar um desastroso passo de dança.
Menos de um mês depois, Betina encontra-se radiante com o casório e pensa:
‘’Enfim, consegui o que queria. Ah, não é uma tarefa fácil esconder que Danddy é um falso comerciante que comercializa produtos de venda proibida no mercado, mas era perder ou ganhar, e como dizem por aí: No amor e na guerra valem todas as armas. Agora é me preparar para  o gran finale que se aproxima.’’
É chegada a hora do mais esperado casamento da pequena cidade de Tordesilha. A decoração da igreja é fascinante, convidados sentam-se para aguardar a entrada da noiva. Minutos antes  da cerimônia começar, Lucy consegue conversar com Danddy e tenta convencê-lo a desistir do casamento e revelar-se:
-Chega dessa vida de falso comerciante, agora eu vou extravasar, me colorir e arrasar, porque esse casamento promete fortes e grandes emoções, assim vou colocar em prática minha vingança contra Betina que me chantageou.
-Isso mesmo, Danddy. Você brilha como uma estrela, prepare-se para o grande show.
Ouve-se a música para a entrada da noiva e Betina se prepara para entrar na igreja. Danddy á espera no altar e arruma disfarçadamente o cabelo. Quando está prestes do padre perguntar se existe alguém contra o casamento, surge Lucy e fala:
- Existe sim. Ele mesmo, o próprio noivo.
Uma música agitada começou a tocar e Betina observa Danddy tirar a roupa e revela ser um Drag Queen. Ela fica horrorizada e sai correndo aos prantos. Danddy e Lucy comemoram e o ex falso comerciante desabafa para a amiga revelando ser gay e namorar com seu primo. Lucy desmaia. Ricardão, tipo forte e sedutor, alto e de pele bronzeada, primo de Lucy, surge na porta da igreja e acena fazendo um coração com as mãos para Danddy, que caminha em sua direção. 
Autor: Rodrigo Viana

Contos

Um dos gêneros que trabalhei com meus alunos este bimestre foi o conto. Conto é um texto que narra uma história fictícia. A atividade final era realizar um conto. O melhor conto seria premiado e publicado neste humilde blog. Então,primeiro eu queria agradecer aos alunos que fizeram a atividade. Foram muitos contos bons, então parabéns a : Joyce, Maria Helena, Elizabeth, Hannah,Graciele, André, etc. Deste dois se destacaram cada um por uma peculiaridade.
O primeiro conto premiado chama-se ''Rosa Manu'' e me tocou pessoalmente pela sensibilidade com que cristiana, a aluna premiada, retratou a história de amizade entre duas meninas. Tão simples, tão linda, tão pura. Então, lá vai:

Rosa Manu
Meu nome é Lara hoje tenho 78 anos. Vou contar uma de amizade. Era um longo outono de 1937, naquele ano estava tão frio. Eu vivia em um pequeno vilarejo no interior. Naquele outono estava tão lindo, as folhas das árvores caiam por toda parte, ali tinha uma bela cachoeira e lá perto, nas pedras havia uma rosa que eu nunca vira antes, eram tão belas, eu tinha uma amiga, a Manu, ela tinha 9 anos, seus cabelos eram longos e pretos. Ela era muito bonita, já os meus cabelos eram loiros e meus olhos cor de mel. Tinha uma rosa, bem escondidinha no alto das pedras pertinho da água, nós duas ficávamos horas e horas olhando a rosa.
Manu pergunta pra mim:
-Se essa rosa fosse um presente pra você, que nome daria a ela?
- Eu daria a ela o nome de alguém que me fizesse sorrir mesmo quando eu estivesse triste.
Como naquele dia  que o meu pai teve que ir com o exército, e eu estava triste mas você me fez sorrir.
Algum tempo depois...
Manu ficou muito doente, descobrimos então que ela tinha câncer e que poderia morrer a qualquer momento. Doía vê-la partindo aos poucos, seus cabelos foram caindo e depois ficando mais fraca, mas como se não pudesse piorar as coisas, minha família perdeu a casa onde morávamos e tivemos que deixá-la, eu nunca mais poderia ver minha amiga novamente.
Um ano depois, voltei ao vilarejo com a esperança de revê-la, mas soube que ela falecera um dia depois que fui embora. Senti-me muito culpada por não ter estado seu lado até o fim.
Fui ao nosso lugar favorito, na cachoeira e aquela rosa continuava lá, guardei-a comigo, agora eu sabia qual nome deveria dar a rosa ‘Rosa Manu’, aquela que sempre me fez sorrir, mesmo quando estava triste.
Mas com o passar do tempo, a rosa foi muchando até que se foi de vez, entretanto até hoje guardo comigo em meu coração minha querida Manu.
Autora: Cristiana Camboim

Créditos: Turma do 9 ano 
Escola Padre Roma- Altiplano - João Pessoa PB
 
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